sexta-feira, 8 de março de 2024

A Força da Mulher Colorada

Material de divulgação Feira Colorada do Livro  e do Vinil

Pensariam essas senhoras que suas presenças nos matches, contribuindo - já na época – para a heterogeneidade da prática desportiva, influenciariam o futuro do feminino na história do futebol gaúcho? Mais precisamente na história do Clube do Povo do Rio Grande do Sul?

Jornal Folha Esportiva - 06/04/1969
Ou ainda, que a delicadeza dos bordados nos primeiros uniformes, feitos pelas mãos “dedicadas e delicadas” de Humbertina Fachel , Julieta Pinto César, Eunila Fachel Costa e Lídia de Oliveira estava cunhado o futuro grandioso de um CLUBE INTERNACIONAL?

Dos primórdios, lá no início, na chama que compôs a natureza da grandeza do Sport Club Internacional, quis essa força Feminina que o Inter mostrasse a todos que o “belo sexo” poderia ser parte do corpo de associados e em 1918 Maria Von Ockel tornou-se a primeira mulher sócia em um clube de futebol no Brasil. Estava concretizado o ato que alicerça o ineditismo de um Clube que sempre teve espaço para todos.






      - Livro de Atas do Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional- Nº2 1912/1920

O Feminino Colorado é “(...) motivo de festa em nossos corações” e esta festa está presente em toda a história deste clube. As mulheres conquistaram seu espaço ocupando cada oportunidade que surgia, o movimento de torcida feminina é comprovado lá na presença de muitas sombrinhas bordadas das moças que acompanhavam irmãos, primos, noivos em suas práticas futebolísticas...e hoje no Beira-Rio ressoam tambores, trompetes e cânticos entoados por vozes femininas que elevam a força torcedora num exemplo de democracia e participação.     



Cada centímetro de toda emoção feminina que hoje pulsa dentro do cotidiano colorado é resultado de conquistas suaves e determinantes. Em 1984, como num prenúncio de apoio ao sentimento democrático que inundava o Brasil - a luta pelas diretas – o Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional empossava a 1ª mulher conselheira, Jessy Mancuso. De lá até os dias atuais os nomes femininos no Conselho se multiplicaram e inclusive o presidiram, demonstrando a força da Mulher Colorada.
Provando que lugar de mulher é onde ela quiser -embora alguns ainda vejam o universo do futebol como um campo extremamente masculino (e isso é luta constante) - o Internacional concede à história do futebol brasileiro a presença de mulheres em cargos de vice-presidentes e ouvidora. Diana Oliveira Vice de Patrimônio do Inter, membro da comissão responsável pela reforma do Beira-Rio ao sediarmos a Copa de 2014, Najla Diniz empossada Ouvidora em 2017 e Leticia Vieira de Jesus atual Vice de Relacionamento Social.
“Sem medo dos guris”, simplesmente se postando e conquistando o direito de torcer pelo clube do coração. Rompendo preconceitos, resistindo, persistindo e avançando.... O Feminino Colorado soma todos os matizes e demonstra sua essência jogando bola -com a força do futebol feminino- organizando as práticas sociais e inclusivas com suas diretorias femininas e como torcida organizada chamando o povo para dentro do campo apoiando o time, cantando e enfeitando o estádio.















Consagrando “(...)feitos relevantes” a Força da Mulher Colorada se perpetua por gerações e descortina novos horizontes. Hoje o Sport Club Internacional é o clube com maior número de sócias no Brasil e parafraseando a conselheira Malu Barbará, que tenha vida longa a Força Feminina Colorada. Feliz 08/03/2024 !













Fontes:
Texto: Ana Maria Froner Bicca – Bibliotecária do SCI 
Acervo Núcleo de Memória do Sport Club Internacional (Arquivo Histórico SCI/Biblioteca Zeferino Brazil/Museu do Inter Ruy Tedesco); CAS e @scinternacional
Referências: Folha Esportiva 06/04/1969, Material promocional Feira Colorada do Livro e do Vinil

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