quarta-feira, 6 de abril de 2022

A casa do povo

 A história da construção do estádio colorado inicia no dia 7 de julho de 1963, quando foi lançada a pedra fundamental da construção do Estádio Gigante da Beira-Rio. Para celebrar o momento, uma missa comandada pelo bispo Dom Edmundo Kuntz, conselheiro do clube na época, foi celebrada neste dia.

 "Aqui todos serão iguais, sem diferenças ideológicas, políticas, religiosas, sociais - todos serão irmãos", afirmou durante a missa Dom Edmundo.

Pinheiro Borda (a esquerda) no dia do lançamento da pedra fundamental do estádio Beira Rio em 07/07/1963
Foto: empréstimo de arquivo pessoal Norma Prates

O texto do historiador Fagner Dornelles nos leva ao dia em que pela primeira vez o clube do povo recebia seus torcedores.

"No dia 6 de abril de 1969, o Internacional inaugurou o Gigante da Beira-Rio dois dias após o seu sexagésimo aniversário. Era um domingo de Páscoa e a direção do clube pediu que os torcedores colorados estourassem foguetes durante o amanhecer, o que ficou conhecido como “Alvorada Colorada” ou “Despertar Vermelho”. Parecia que Porto Alegre estava sendo bombardeada devido ao barulho dos foguetes.

Uma multidão de aproximadamente 100 mil pessoas foi ao estádio ver o festival de apresentações. Às 13h30min, a Banda Militar do 18º Regimento de Infantaria de São Leopoldo entrou na pista atlética do estádio, então o Governador Walter Peracchi de Barcelos abriu a bandeira do Brasil e a banda executou o hino nacional. Cessada a solenidade cívica, a banda militar se retirou tocando o hino do Internacional. Cantando o hino do clube e agitando as suas bandeiras, a torcida recebeu com aplausos a Comissão de Obras do Estádio.

Às 14h00min, surgiram os componentes da Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais, ostentando os seus vistosos uniformes vermelhos. Em colunas, foram surgindo no estádio sob os aplausos da multidão e foram fazendo evoluções até formar a frase "PARABÉNS COLORADO". Em seguida, o estádio foi entregue ao prefeito da cidade, o engenheiro Telmo Thompson Flores, membro da Comissão de Obras e um dos maiores responsáveis pela construção do estádio. Às 15h00min, foi iniciado o desfile de 260 moças da Escola Superior de Educação Física, conduzindo bandeiras dos principais clubes desportivos do Rio Grande do Sul e do Brasil.

E finalmente o jogo de abertura, o ápice do evento, foi realizado entre o Sport Club Internacional e o Sport Lisboa e Benfica, que vinha de grandes conquistas naquela época. Era um jogo para entrar na história colorada. O Internacional entrou em campo com: Gainete; Laurício, Scala, Pontes e Sadi; Tovar e Dorinho; Valdomiro (Urruzmendi), Bráulio (Sérgio), Claudiomiro e Gilson Porto. O treinador colorado era o Daltro Menezes. E, treinados por Otto Glória, o Benfica entrou em campo com: José Henrique; Adolfo Messias, Humberto Fernandes, Zeca e Cruz; Toni e José Augusto (Nenê); Praia (Victor Martins), Torres, Eusébio e Simões.

O time colorado estava pressionando o seu adversário até que, aos 24 minutos do primeiro tempo, Claudiomiro, com apenas dezenove anos, marcou de cabeça o primeiro gol do estádio Beira-Rio. Eusébio, o principal jogador do time português, fez o gol de empate aos 23 minutos do segundo tempo. Quatro minutos depois, Gilson Porto fez o segundo gol colorado fechando o placar: Internacional 2x1 Benfica. Foi uma festa que está presente até hoje na memória dos colorados que presenciaram este grande momento da história do clube."

As fotos utilizadas para ilustrar esta postagem foram cedidas ao Arquivo Histórico do Sport Club Internacional
em versão digital por Guilherme Mallet
Fontes: Acervo /Arquivo Histórico SCI/Biblioteca Zeferino Brazil
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