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segunda-feira, 9 de junho de 2025

Gigante da Beira-Rio: Registros renascidos das águas

Museu do Inter – Ruy Tedesco

Inaugurado em 6 de abril de 2010, o Museu do Inter – Ruy Tedesco está localizado entre os portões 6 e 7 do Estádio Beira-Rio. Conta com áreas para exposições permanentes e temporárias, bilheteria, laboratório, reservas técnicas e setor administrativo. O museu tem como missão guardar e preservar a história do Clube do Povo.



Panorama
O acervo conta com aproximadamente 5 mil objetos, em diversas materialidades, com maior ocorrência de objetos em tecido, papel, madeira, metal e acrílico. Uma parte do acervo encontra-se exposta, entretanto, a maioria está alocada nas reservas técnicas.

Condições de armazenamento até abril 2024
A estrutura física destinada ao acervo é dividida em quatro espaços. O laboratório é destinado ao processamento de entrada de objetos, com a finalidade de musealizá-los, realizar ações de conservação preventiva, elaborar invólucros de acondicionamento e servir de apoio para as montagens de exposições. Nas reservas técnicas encontram-se os objetos que não estão expostos. A reservas técnicas 1 e 2 dispõem de armários comuns, armários deslizantes, arquivos e estantes para acondicionamento das peças. O ambiente é climatizado e com monitoramento diário de temperatura e umidade por meio de termo-higrômetros. Já na reserva técnica 3, em espaço reduzido, dispondo de estantes, acondicionamos troféus em madeira, metal e acrílico.
Imagem 1: Laboratório. Fonte: Museu do Inter - Ruy Tedesco.
Imagem 2: Reserva Técnica 1. Fonte: Museu do Inter - Ruy Tedesco.
Imagem 3: Reserva Técnica 2. Fonte: Museu do Inter - Ruy Tedesco.

Ambientes afetados pela enchente
Porto Alegre, assim como muitos municípios, foi duramente assolada pela enchente. O Estádio Beira-Rio encontra-se em uma das áreas afetadas da capital, causando graves danos ao Clube. O nível da água subiu cerca de 1m20cm em diversos pontos do Nível 1 do estádio, onde estão localizadas as reservas técnicas do museu.

Foi possível resgatar parte do acervo antes e durante a inundação, no entanto, somente após a redução do nível da água, na segunda-feira (13/05), foi permitido inspecionar os danos no complexo.

No museu, os ambientes mais afetados foram a recepção, saída pela Inter Store, reservas técnicas 1 e 3, e administração. A exposição não foi atingida pela água por estar em um nível acima, mas sofreu com a falta de energia elétrica, o que comprometeu a climatização do espaço.
Imagem 5: Área administrativa do museu. Fonte: Museu do Inter - Ruy Tedesco.
Imagem 6: Área administrativa. Fonte: Museu do Inter - Ruy Tedesco.
Imagem 7: Área administrativa. Fonte: Museu do Inter - Ruy Tedesco.

Ações emergenciais
Estima-se que cerca de 10% de nosso acervo tenha ficado submerso por uma semana, mas penas uma pequena parte foi danificada de forma irreparável devido ao tempo em que ficaram mergulhados na água. Boa parte desses objetos não são considerados raros e podem ser facilmente encontrados em outras áreas de preservação do clube, como o Arquivo e a Biblioteca.

Com a mobilização de funcionários e voluntários, iniciamos a execução do plano de ação para o resgate do acervo afetado e higienização dos objetos. Além da evacuação do acervo, também adotamos como medida, a avaliação das condições de cada item, procedimentos de secagem e estabilização de objetos submersos, bem como acondicionamento provisório.

Devido à inoperância de aparelhos de climatização, optamos por retirar da exposição alguns itens mais sensíveis à umidade.

Salvamento
Após o resgate, demos sequência ao plano de ação com o tratamento dos objetos afetados, incluindo a higienização, secagem e análise dos danos. Essas etapas ocorreram no Ginásio Gigantinho em espaço cedido, após análise de locais adequados às nossas necessidades.

Quando a energia elétrica foi reestabelecida, os materiais frágeis como documentos e fotografias passaram por etapa de congelamento em equipamento adquirido com urgência. A técnica de congelamento tem como objetivo estabilizar os itens, conter a proliferação de microrganismos e permitir o descongelamento e a desinfecção de forma controlada e gradual.

O congelamento é uma prática recomendada em emergências, especialmente para materiais que absorvem muita água. Para que a técnica tenha êxito, é fundamental que o descongelamento ocorra sob monitoramento técnico, evitando a fragilização ou novos danos aos objetos.

O procedimento está alinhado com as recomendações de instituições internacionais de referência na área, como a International Council of Museums – Committee for Conservation (ICOM-CC), que orienta o congelamento como ação de estabilização temporária para acervos expostos à água. No Brasil, diretrizes indicadas pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), reforçam a necessidade de planejamento técnico e acompanhamento em todas as etapas de salvamento de bens culturais.

A utilização do congelamento no salvamento do acervo do Museu constituiu uma ação estratégica fundamental para minimizar perdas.

Retorno
Após alguns meses dedicados a obras de recuperação da infraestrutura e ao planejamento logístico, em fevereiro de 2025 retomamos as atividades em nosso espaço original de trabalho. Em março, realizamos o retorno do acervo afetado para guarda nas reservas técnicas. O retorno ocorreu gradualmente para garantirmos boas condições de transporte e acondicionamento do acervo. A participação de toda a equipe do setor foi fundamental para o avanço de mais uma etapa.

Reorganização das reservas técnicas
Um momento desafiador como este, exigiu que fosse pensada uma nova forma de organizar a guarda dos objetos. Após análises, optamos por alocar os acervos mais frágeis na reserva técnica 2, garantindo condições mais seguras.

Nas reservas técnicas 1 e 3, acondicionamos objetos que sofreriam impactos mínimos em caso de uma nova enchente. Essa estratégia integra nosso plano de ação para mitigação de riscos, reforçando a importância da gestão de riscos em museus.

As peças que ficaram submersas receberam uma etiqueta com o status de “objeto sobrevivente”, permitindo sua identificação visual e sinalizando sua resistência durante a catástrofe.
Higienização do acervo

Após a realocação dos acervos, foi realizada a medição completa do espaço útil nas reservas técnicas. Atualmente, estamos conduzindo o arrolamento detalhado do acervo para otimizar o uso do mobiliário técnico, implantar um novo sistema de catalogação e revisar os protocolos de ação em cenários de risco para os bens culturais.

Para nunca esquecer
Em decorrência deste episódio catastrófico para o Museu e o Clube, integramos as memórias ao espaço expositivo. Em dezembro de 2024, foi inaugurada a exposição Marcas da Enchente, em homenagem a todos que colaboraram na retomada do Estádio Beira-Rio e atuaram durante as cheias de maio de 2024.

A enchente de 2024 ficará marcada na memória de todos os colorados, mas também será lembrada como o momento em que o Museu do Inter provou, mais uma vez, que preservar a história vai muito além de guardar objetos: é resistir, reconstruir e seguir em frente com ainda mais força. Seguimos firmes na missão de proteger o passado para inspirar o futuro.
Exposição: Marcas da Enchente


Texto: Juliana Ribeiro - Historiadora/Museu do Inter
Fotos: Museu do Inter

Fontes:
Acervo Núcleo de Memória do Sport Club Internacional (Arquivo Histórico SCI/Biblioteca Zeferino Brazil - FECI/Museu do Inter Ruy Tedesco) e @scinternacional




sexta-feira, 16 de maio de 2025

Um pedacinho do Beira-Rio na Suiça! Um estádio de Copas do Mundo!

Se o clima é de estádio que vai ser sede de Copa do Mundo, queremos dividir algumas curiosidades do nosso acervo!

Um pedacinho do Beira-Rio na Suiça

Em 2022, localizamos um termo de doação de duas cadeiras doadas ao Museu da Fifa em Zurique. A partir desse documento fizemos contato com o Museu da FIFA, para confirmarmos a existência das cadeiras. O responsável nos retornou e encaminhou fotos das cadeiras em exposição.




Cadeira com identificação de sua origem e local de exposição

(Fotos enviadas pelo responsável de registros do Museu da FIFA em 19/04/2022)

Termo de doação feito pelo Sport Club Internacional


E-mail recebido do Museu da FIFA e tradução 

Um estádio de Copas do Mundo🏆

O estádio Beira-Rio será sede de mais uma Copa, a  Copa do Mundo Feminina 2027. No dia 07/05/2025 foi feito o anúncio oficial dos estádios que receberão jogos do Mundial.

Para celebrar esse momento fomos buscar algumas memórias de 2014, quando recebemos cinco jogos. Das seleções que jogaram no gramado colorado, estava a equipe que se tornou campeã. Veja como foi: https://internacional.com.br/clube/beira-rio/copa-2014

Material de divulgação feito e distribuído pela Fifa. Cartão de papel em 3D.
Fontes:



quarta-feira, 16 de abril de 2025

Biblioteca do Internacional um legado na literatura desportiva 📕📖


Mas qual motivo levaria um Clube de Futebol a ter uma Biblioteca, não há um motivo só, há milhares de motivos. Os motivos são as centenas de pessoas que fazem este Clube. Esporte é uma manifestação social. É vida. Vida é cultura, são livros...registros de vidas. 

Abril é um mês cheio de referências afetivas. Aniversário de nascimento do Sport Club Internacional, inauguração do do nosso Gigante da Beira Rio.
É também em abril que se comemora o dia mundial do Livro. E através deles que queremos celebrar!
Queremos lembrar que o Sport Club Internacional mantém para toda sociedade, um legado eterno: a Biblioteca Zeferino Brazil. Setor que hoje se mantém junto a Fundação de Educação e Cultura do Sport Club Internacional-FECI, mas que outrora, era parte da Divisão Cultural do Inter. A Biblioteca, criada em 1929, foi oficialmente apresentada aos Colorados no estatuto de 1944 (enquanto o mundo sofria em uma grande guerra, o Inter se preocupava em unir as pessoas através da cultura).

Estas obras são exemplos destes registros. E estão à disposição da sociedade na Biblioteca Pública do Inter.
O acervo da Biblioteca Colorada dispõem de excelentes obras na área desportiva, mais precisamente do futebol. No dia Mundial do Livro, convocamos os amantes do futebol a conhecerem mais sobre este esporte, seus encantos e magia.

Fontes: Acervo Arquivo Histórico SCI/Biblioteca Zeferino Brazil/Sport Club Internacional
Arquivista Yzara Menegaz - Bibliotecária Ana Maria Bicca
Livros disponíveis para pesquisa na Biblioteca Zeferino Brazil/FECI - 2º andar do Gigantinho

quarta-feira, 26 de março de 2025

Coréia onde a paixão era mais forte!

               

Quando da construção do estádio, na década de 1960, o Inter reservou um espaço na sub-geral ou popular, que se chamava “Coréia”. Este espaço comportava em torno de 18 mil pessoas, em pé. Era um espaço semelhante ao que havia no Maracanã.
Fotos da “Coréia” década 1990

Era um lugar emblemático, diferenciado. Um lugar popular, com preço acessível, onde o torcedor ficava quase “no ouvido do técnico” e dos jogadores. Como dizia o Ostermann, um lugar onde certamente o ‘Charuto’ – torcedor símbolo do Inter nos tempos do Eucaliptos- amaria assistir os jogos do seu time do coração. Mas o tempo passa e tudo muda. E as adequações às estruturas desportivas são necessárias.

O nome “Coréia” começou a circular no futebol brasileiro na década de 50, em menção as brigas intensas que ocorriam entre as torcidas adversárias – pois sim, elas ficavam juntas no mesmo espaço- no estádio do Maracanã e fazendo uma analogia a guerra da “Coréia” de 1948. O mundo do futebol tem essa mistura de tudo que faz parte da realidade coletiva, social.

Em 2003 o Internacional teve que readequar seu estádio. O Estatuto do Torcedor, Lei nº10.671/03, exigia que o clube seguisse a orientação da Confederação Brasileira de Futebol e a “Coréia” colorada deu lugar ao setor popular. No ano de 2004, dois setores de arquibancadas inferiores, que ficam atrás das goleiras e foram denominadas de Popular Gigantinho e Popular Placar substituíram a antiga “Coréia”.
O show tem que continuar...é a popular Arquibancada Colorada 22/Maio de 2004 p.8

O clube se adequou e show do futebol continuou, a torcida sempre junto e juntos conquistou-se o Mundo. E o mundo conheceu a força do Povo Colorado ocupando todos os espaços de seu estádio, mandando ver no Gigante da Beira-Rio.

E veio a Copa do Mundo de Futebol, 2014, e mais uma vez o Estádio dos Colorados foi sede de jogos oficiais.

Na era moderna do estádio ficamos com a lembrança de um espaço referência na história colorada e com a certeza de que o torcedor estará sempre junto ao Sport Club Internacional. 
Texto: bibliotecária Ana Maria Bicca

Fontes:
Jornal da Tarde 01/10/1975, Arquibancada Colorada 22/05/2004 (disponíveis para consulta na Biblioteca Zeferino Brazil)










segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

O clássico de 1918

🏆Reconhecido como a maior rivalidade do país, o clássico gre-nal foi constituído de muitos episódios curiosos que formaram o futebol gaúcho da atualidade. 

 🏆Às 16h, do dia 4 de agosto de 1918, o Internacional disputou o Gre-Nal número 11 no campo do rival. Tínhamos como principal jogador o atacante Álvaro Ribas que participou de toda campanha do Pentacampeonato Citadino (1913-1917). Em 35 partidas disputadas pelo Inter de 1912 a 1918, Ribas marcou 28 gols. No clássico anterior, disputado no dia 19 de maio, o atacante havia marcado duas vezes para o resultado de 5 a 3 a favor do Inter.

🏆O Gre-Nal 11 foi marcado pela violência e está na historiografia do futebol como uma das principais razões da intensa rivalidade. Na verdade, foram duas partidas: uma, entre o primeiro quadro dos dois clubes valendo pontos no campeonato citadino de 1918, e outra entre os jogadores do segundo quadro. 

🏆Segundo o jornal Kodak, aos 18 minutos do jogo do segundo quadro, o defensor Rolim, do Grêmio, cometeu uma falta grave em cima do atacante Ary, do Inter. A colisão resulta na perda de um jogador em campo. Mesmo desfalcado, o Inter seguiu atacando corajosamente o gol adversário até que, aos 23 minutos do segundo tempo, Hormain aproveita um entrevero na frente do gol dos azuis e marca o gol da vitória colorada.

🏆Já no jogo do primeiro quadro, válido pelo campeonato citadino, o rival abriu vantagem com um gol de pênalti marcado na fase inicial da partida, mas acabou perdendo - a partida e a razão - no segundo tempo do certame. Mesmo com a vantagem no placar, a torcida adversária se inflamava contra nossos jogadores um pouco além do futebol. Por manter contato com um gremista exaltado, o atacante Álvaro Ribas foi esfaqueado no abdômen.

🏆O jogo foi interrompido, o torcedor foi preso e Ribas encaminhado ao hospital. O atleta se recuperou, mas nunca mais voltou aos gramados. O Grêmio renunciou os pontos desta partida, ainda contabilizada erroneamente para o lado azul. É por Ary e Ribas que a rivalidade Gre-Nal cresceu e se tornou implacável nos combates. Mesmo com a falha no registro do clássico de 1918, somam-se 164 clássicos vencidos pelo Inter em seus 115 anos. 🏆A vantagem em vitórias é vermelha desde 1945, quando despontamos com o hexacampeonato gaúcho.

Diz o texto* na foto: "Um grupo de senhorinhas de nossa elite na ocasião em que visitava o sportmann Alvaro Ribas, ferido no lamentavel conflicto ocorrido domingo ultimo, no match Gremio-Internacional. - Nos medalhões acima, Alvaro Ribas e Octavio Telles, tambem ferido ma mesma ocasião."
*foi mantida a grafia original da publicação

Texto: 
Anna Laura Chepp

Fontes:
Acervo Núcleo de Memória do Sport Club Internacional (Arquivo Histórico SCI/Biblioteca Zeferino Brazil - FECI/Museu do Inter Ruy Tedesco) e @scinternacional
Revista  Kodak, ano 1918, edição 51/ consulta Hemeroteca Digital

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

OUTROS CRAQUES NA CASAMATA: MASSAGISTA TAMBÉM É ESCALADO!

Postagem Instagram - 08/01/2025

Os times nunca iam a campo sem os “anjos da guarda” em prontidão. Desde que o futebol se “organizou”, a pessoa do massagista sempre esteve junto. Por aqui, no Internacional de Porto Alegre, desde a escolinha – antiga base -, lá na época do Vicente Rao, ele entrava em campo. Ficando à disposição da equipe, junto com o treinador no banco ou casamata, como queiras. Atentos. Prontos para adentrarem o campo em caso de necessidade. E as vezes a necessidade nem era ligada a condição física mas só uma boa estratégia.

Elemento base numa equipe. O massagista sempre será a referência da atenção especial numa hora de embate coletivo.

Aqui fica o registro do nosso reconhecimento a alguns Massagistas do Sport Club Internacional, que junto as equipes – jogadores e demais membros da comissão técnica – fizeram Nossa história internacionalmente reconhecida.

Santos - Massagista do time Juvenil (álbum Vicente Rao - 1951)
Antenor Moura - presente na inauguração do Beira Rio (Álbum Gigante da Beira Rio)
Antenor Moura: 1940 - 1983 - campeão do Brasil 1975
Campeões Libertadores 2006 e 2010/Mundial/Tríplice coroa, diversos campeonatos Gaúcho

Publicação ZH - 08/01/2025

Fontes:Acervo Núcleo de Memória do Sport Club Internacional (Arquivo Histórico SCI/Biblioteca Zeferino Brazil - FECI/Museu do Inter Ruy Tedesco) e @scinternacional