Quando verbalizamos a máxima do Inter ser “o clube do povo”, não
estamos somente repetindo uma idéia repassada em 107 anos de vida. Quando
exaltamos os títulos do Internacional, não estamos só reprisando campanhas
vitoriosas ...estamos consagrando “feitos relevantes”. Pois sim, o
Internacional em sua história de glórias e conquistas desde sua fundação
edifica-se em feitos relevantes. Feitos sociais e esportivos. Pois esporte é
social.
O Internacional com apenas quatro anos de existência já administrava
seus jogos, ingressos eram cobrados, havia uma estrutura para se concretizar em
realidade. Precisava-se de fundos.
O nosso Inter sempre se
preocupou em construir um patrimônio para seus torcedores, em ter sede
própria, com jogadores felizes e satisfeitos por fazerem parte de seu plantel.
O profissionalismo no futebol só foi instaurado em 1933 no Brasil , contudo
o Internacional em 1917 já pagava entre 15
e 10 mil réis de diárias para seus jogadores e quando fosse necessário
auxiliava os jogadores que se lesionavam; tivemos o caso do jogador Lúcio Assumpção em
1918 que recebia 100 mil réis mensais
como ajuda. A ajuda perdurou até ele se restabelecer. Os jogadores do Inter em
1929 já usavam o regime de concentração, na antiga Chácara dos Eucaliptos e em
1935 contava oficialmente com um sistema de remuneração aos atletas. Havia o
auxílio-ordenado, a mesada , o complemento (luvas), a participação (bicho) e a
colocação (emprego fixo).
Em 1918 o Internacional, pioneiramente, admitia Maria Von Ockel como
sócia. Primeira mulher a associar-se a
um Clube de Futebol no Brasil. Sua indicação foi realizada pelo presidente
Heitor Carneiro. Jogadores afro-descendentes começaram a compor o time do Inter
em 1928, Dirceu, Chatinho, Bagre e Davi. Em 1932 chegou ao time o Tupan e em
1939 Tesourinha –todos da cidade de Porto Alegre, da Liga da Canela Preta.
Haviam os atletas
negros que vinham do interior, Alfeu de Bagé e Ávila de Pelotas além
daqueles da várzea porto-alegrense como Abgail, Nena, Adãozinho, Alfeu e Niquelagem.
Pioneirismo, popularidade, compromisso social edificado em ações
esportivas. Este é o Internacional que em 1940 criava a primeira torcida
organizada, sendo responsáveis por ela Vicente Rao e Peri Azambuja. Vicente Rao
foi o responsável por consagrar o Inter como o Clube do Povo. Suas publicações
avulsas faziam alusão à um clube de todos, um clube de negros e brancos.
Sim o Internacional é grande. É
gigante. É um marco na história do futebol brasileiro.
Confira mais sobre a grandeza do seu Clube no acervo da Biblioteca
Zeferino Brazil e do Arquivo Histórico.
Texto: Ana Maria Froner Bicca – Bibliotecária do SCI
Fontes:
Flâmula - Museu do Sport Club Internacional - Ruy Tedesco
Foto - Arquivo Histórico Sport Club Internacional
Fontes:
Flâmula - Museu do Sport Club Internacional - Ruy Tedesco
Foto - Arquivo Histórico Sport Club Internacional
Excelente texto Ana, que orgulho do nosso clube!
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