sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Salvador

Nascido no dia 16 de outubro de 1931, Milton Alves da Silva conhecido como Salvador, foi um habilidoso jogador pelo Internacional no período de 1950 a 1953. Abaixo um dos seus contratos federativos:
Fonte: Departamento de Futebol
Fonte: Revista do Globo - Nº 543 - Ano XXIII - acervo do Memorial Landell de Moura

Matéria publicada na Revista do Inter, edição nº 24,  por André Baibich 

Jogadores brasileiros despertando o interesse de clubes estrangeiros é algo comum no mundo do futebol nos dias de hoje. Mas este panorama era muito diferente nos anos 50. Fazer sucesso fora do Brasil era tarefa para alguns poucos atletas diferenciados. Um deles foi o meio-campista Salvador, integrante da equipe colorada nos anos 50. 

Antes de se tornar ídolo no Inter e conquistar os torcedores do Peñarol, do Uruguai, e do River Plate, da Argentina, Milton Alves da Silva era um menino franzino que defendia a equipe do Colégio Pão dos Pobres, de Porto Alegre. Após ver uma série de jogos difíceis decididos pelo talento de Milton, colegas e professores o apelidaram Salvador, nome que o acompanhou por toda a brilhante carreira nos gramados. 
O primeiro clube de Salvador foi o Força e Luz, de Porto Alegre. O destaque do meio-campista foi imediato e ele logo chamou a atenção do Inter, que o levou em 1951. A equipe colorada estava sendo reestruturada, vindo de uma década vitoriosa, marcada pela formação do famoso “Rolo Compressor”, de Tesourinha e Carlitos. 
O torcedor não lamentou por muito tempo o fim daquela geração. Logo, grandes jogadores como Larry, Bodinho e o próprio Salvador se juntaram para formar a equipe que seria apelidada de “Rolinho”, sob o comando do lendário treinador Teté. Quando Salvador chegou, o Inter era o atual campeão gaúcho e acabou conquistando, com a presença do meio-campista, mais três títulos consecutivos, fechando o tetracampeonato entre 1950 e 1953. 
Em 1954, Salvador participou de um dos Gre-Nais inesquecíveis da história, em partida válida pelo torneio de inauguração do Estádio Olímpico. A equipe colorada massacrou o rival, aplicando uma goleada de 6 a 2. “Junto com o Larry e o Bodinho, o Salvador acabou com aquele jogo”, lembra o ex-companheiro Milton Vergara. 
A história de Salvador com a camisa colorada se encerrou no ano seguinte, com mais um título gaúcho. A saída foi motivada por um amistoso disputado entre Inter e Peñarol, no qual o jogador demonstrou sua conhecida visão de jogo e elegância nos passes e arrancadas. Quando o lendário Obdulio Varela deixou o clube uruguaio, os dirigentes não tiveram dúvidas de quem buscar para fazer a substituição. 
Alguns anos depois da ida de Salvador para o Peñarol, o Inter visitou Montevidéu para mais um amistoso contra os uruguaios. Os amigos Salvador e Milton Vergara então combinaram de se encontrar e passear pela cidade. “A gente não conseguia dar dois passos sem alguém parar ele e pedir autógrafos. Ele tinha muita moral por lá”, lembra o ex-goleiro colorado. 
Salvador ainda foi ídolo do River Plate, da Argentina, antes de encerrar a carreira. Sua importância na história do Internacional pode ser verificada pelas palavras de Milton Vergara, que afirma: “muitos jogadores de grande qualidade jogaram no Inter nessa posição, como o Falcão, por exemplo. Mas igual ao Salvador, não teve nenhum”.


2 comentários:

  1. Tudo que eu quisesse dizer sobre o Salvador já foi dito aqui. Não o vi jogar - era criança ainda - mas, pelo que ouvi e li sobre esse grande craque, era superior ao Falcão, então tínhamos no nosso elenco na primeira metade dos anos 50 um verdadeiro jogador de foot-ball... da melhor qualidade. Idolatrado até os dias de hoje.

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